quinta-feira, 27 de maio de 2010

M de Maria

Maria, minha avó materna. Mulher selvagem que nasceu conhecendo seus poderes, enquanto católica era benzedeira, crente fazia orações de cura.

Doce, e serena, mãe de muitos filhos. Ela, filha única de uma índia, suponho tupi guarani com um português, a mãe não suportando a vida na fazenda morreu a deixando ainda muito nova. Era a grande paixão do português, alfabetizada, ensinava as crianças a ler, era chamada simplesmente de Morena, Moreninha.

Casou tarde para época, suponho com uns 21 anos. Levou a diante um casamento difícil com um tropeiro, analfabeto nas letras e nos sentimentos, dizer que era rude já era um elogio. Até hoje, não sei o que a levou casar com ele, talvez o tenha achado uma bela figura, e era. Talvez tenha sido paixão.

Jesus, foi seu grande amor, viveu exercendo seu papel de mulher, sábia, forte, soube ser justa até na sua morte, deixando para cada um o que ela tinha de maior valor. Ao rude tropeiro, não deu nem adeus, teve coragem na sua última hora de o por para fora do quarto, - Cabeça branca sem juízo. Foram suas palavras.

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